Você já ouviu falar em Doença Inflamatória Intestinal?

As doenças inflamatórias intestinais são inflamações crônicas causadas por uma inflamação do intestino. Elas são representadas pela Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e Colite Indeterminada.

Não é bem estabelecido na literatura qual é a sua etiologia. A maior parte das teorias acredita que diversos fatores estejam relacionados com o seu surgimento, como genética, fatores ambientais, alimentares e stress.

 

 

Quais são os sintomas das Doenças Inflamatórias Intestinais?

 

Os sintomas das doenças inflamatórias intestinais são extremamente comuns e, por conta disto, acabam dificultando o diagnóstico destes pacientes. Existem outras doenças que geram quadros semelhantes como a doença celíaca e a síndrome do intestino irritável.

 

A maior parte dos pacientes apresenta diarreia crônica, isto é, com mais de 15 dias de duração, associada a dor abdominal constantemente, sangramentos e muco nas fezes.

Entretanto, existem outros sintomas menos frequentes, mas que devem chamar atenção: fístulas perianais e abscessos perianais de conformações atípicas, febre, anemia crônica, aftas constantemente, sensação de evacuação constantemente (tenesmo) e perda de peso.

 

Como é feito o diagnóstico das Doenças Inflamatórias Intestinais?

 

O diagnóstico das Doenças Inflamatórias Intestinais nem sempre é simples. Ele deve ser realizado com base em um tripé de informações: história clínica e exame físico do paciente, exames laboratoriais e colonoscopia.

O exame de colonoscopia é, sem dúvidas, o melhor exame para o diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal. Com ela é possível avaliar a extensão da doença, realizar biópsias e manter o acompanhamento do paciente.

Outros exames como tomografia, ressonância, exames de sangue e fezes podem ser necessários para o acompanhamento adequado do paciente.

 

 

Qual a importância dos exames de PCR, VHS e calprotectina fecal?

 

Estes exames auxiliam na definição de um processo inflamatório existente, sendo que a calprotectina fecal é mais específica para processos intestinais.

O seu nível reflete a atividade da Doença Inflamatória Intestinal com boa sensibilidade e especificidade. O acompanhamento das suas medições pode mensurar a resposta ao tratamento.

Vale reforçar que todos estes exames auxiliam para o diagnóstico, entretanto todos podem sofrer influência de outros processos no organismo, uso de medicações etc. Dessa forma o aumento de qualquer um deles não dá o diagnóstico da doença. Como o próprio nome diz, são exames complementares.

 

 

 

 

 

Qual é a diferença entre a Doença de Crohn e a Retocolite?

 

 

Tanto a Doença de Crohn quanto a Retocolite são Doenças Inflamatórias Intestinais. Ambas apresentam sintomas semelhantes, entretanto a Doença de Crohn é uma doença mais extensa, que pode atingir todo o trato gastrointestinal (boca ao ânus).

Por outro lado, a Retocolite Ulcerativa atinge apenas as camadas mais superficiais e acomete apenas o intestino grosso, diferentemente da doença de Crohn.

Como dito anteriormente, o diagnóstico destas doenças nem sempre é fácil e em cerca de 20% dos pacientes não conseguimos definir qual é doenças. Neste caso, temos a Colite Indeterminada.

 

 

As doenças inflamatórias intestinais atingem apenas o intestino?

 

Não. Embora sua fisiopatologia esteja relacionada com o intestino, outros órgãos podem ser acometidos nestas doenças. Lesões no fígado, pele, olhos e articulações são exemplos de acometimento das doenças inflamatórias intestinais. Por isso o acompanhamento multiprofissional é extremamente importante.

 

Como é o tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais?

 

Para falarmos do tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais precisaríamos de meses, talvez anos para chegar a uma conclusão e, provavelmente, neste meio tempo teríamos o desenvolvimento de uma nova medicação.

As últimas décadas foram marcadas por um avanço expressivo no tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais o que propiciou uma melhora na qualidade de vida dos pacientes.

O tratamento precoce e individualizado das Doenças Inflamatórias Intestinais é a chave para minimizar as complicações destas doenças.

Por serem crônicas, estas doenças requerem um tratamento pelo resto da vida, assim como diabetes, hipertensão, hipotireoidismo etc. A adesão ao tratamento é extremamente importante.

Quando falamos no tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais, temos que reforçar a importância da desregulação do nosso sistema imunológico e a importância dos fatores ambientais e emocionais relacionados a ela.

 

 

O primeiro pilar no tratamento desta doença é a compreensão por parte do paciente de que ele é o principal responsável e adjuvante no seu tratamento. Isto quer dizer que o seu comprometimento na adoção das medidas de hábitos de vida e medicamentosas é extremamente importante para a busca da remissão (ou controle) da doença.

O acompanhamento nutricional e psicológico destes pacientes é valioso na melhoria da sua qualidade de vida e é o segundo pilar para o tratamento adequado. O tratamento multiprofissional é a base de um acompanhamento eficaz, sendo o segundo pilar para o tratamento destas doenças.

O terceiro pilar do tratamento diz respeito à escolha das medicações. Ela se faz de acordo com a apresentação e gravidade em cada indivíduo. Existem inúmeras medicações disponíveis e estas são divididas em corticoides, salicilatos (Mesalazina e Sulfassalazina), imunomoduladores (Azatioprina e Metotrexato), e os biológicos (Infliximab, Adalimumab, Ustequinumabe, Vedolizumabe etc.)

Existem duas formas de abordagens medicamentosas para os pacientes com doença inflamatória intestinal: 1. Abordagem escalonada com progressão das classes de medicação 2. Abordagem agressiva, iniciando com medicações mais fortes. A determinação de qual a melhor escolha depende das características do paciente bem como da gravidade da doença.

 

**ATENÇÃO – NÃO USE CORTICÓIDE SEM A PRESCRIÇÃO PELO SEU MÉDICO **

 

Quando a cirurgia está indicada na Doença Inflamatória Intestinal?

 

Não é todo paciente com Doença Inflamatória Intestinal que deve ser operado. Embora novos estudos estejam avaliando outras indicações, de maneira geral, indica-se o procedimento cirúrgico na falha do tratamento clínico (com medicações) e nas complicações das doenças inflamatórias intestinais como obstruções (estenoses), fístulas ou perfurações ou neoplasias (câncer)

Cerca de 70-75% dos pacientes com Doença de Crohn e cerca de 25-30% dos pacientes de Retocolite Ulcerativa necessitarão de algum tipo de procedimento ao longo da vida. Por serem cirurgias de grande porte, devem sempre ser muito bem avaliadas e pesados riscos e benefícios.

As cirurgias mais comuns na doença de Crohn são a ressecção de segmentos do intestino delgado e plásticas no intestino, para evitar o encurtamento. Quando a lesão está situada no intestino grosso, também podem ser realizadas ressecções segmentares e colectomia parciais ou totais, dependendo da extensão da doença.

A confecção de uma colostomia ou ileostomia pode ser necessária. Estas podem ser provisórias ou definitivas. A reconstrução do trânsito intestinal pode ser feita com uma ou duas cirurgias, quando possível.

Além disso, podem ser necessárias operações para a limpeza das fístulas e colocação de sedenhos (drenos). Estes podem ser transitórios, a depender da resposta ao tratamento com medicações.

 

A cirurgia cura as doenças inflamatórias intestinais?

 

A cirurgia não cura a doença de Crohn. Esta é uma doença que não há cura e deve ser acompanhada para o resto da vida. Muitas vezes, são necessários mais do que um procedimento mesmo quando bem tratada e acompanhada.

Com relação à Retocolite ulcerativa, as indicações cirúrgicas são menos frequentes do que na doença de Crohn. Anteriormente acreditava-se que o paciente estava curado após a ressecção intestinal na Retocolite ulcerativa.

Entretanto, embora a cirurgia diminua o processo inflamatório da doença, a depender da técnica utilizada, há a preservação de parte do intestino, que deve ser acompanhado e pode evoluir com outros quadros de inflamação. Além disso, a Retocolite pode apresentar manifestações extra intestinais inclusive depois do tratamento cirúrgico.

 

 Não poderei mais ter filhos?

 

A maioria dos procedimentos cirúrgicos não interfere com a capacidade da paciente engravidar. Entretanto, quando avaliamos os procedimentos que necessitam de mobilização da pelve há um risco aumentado de dificuldade para gestação.

 

Como ficam as evacuações?

 

Alguns pacientes necessitarão da bolsa de colostomia/ ileostomia. Desta forma, não apresentarão mais evacuações pelo ânus. Entretanto atualmente dispomos de diversos materiais e cuidados com estomaterapeutas para uma vida normal.

Outros pacientes evoluirão com aumento do número de evacuações ao longo do dia. Isto pode ocorrer devido à retirada de parte do intestino.

 

 

DRA. ALINE CELEGHINI – PROCTOLOGISTA EM SÃO PAULO

A Dra. Aline Celeghini é Médica Coloproctologista e Cirurgiã Geral formada pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

Membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, atualmente é pós graduanda em Doenças Funcionais e Manometria do Aparelho Digestivo pelo Hospital Israelita Albert Einstein e professora da graduação em Medicina da Universidade Anhembi Morumbi.

A Dra. Aline Celeghini (CRM SP 183830) ajuda você a cuidar da saúde do seu intestino!

 

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